segunda-feira, 21 de abril de 2008

Chamem as garças

No Norte do estado do Rio de Janeiro, um prefeito estava eufórico com a despoluição do rio que corta a cidadezinha. E queria dar publicidade para a façanha de qualquer maneira. O tema dominou a reunião de secretariado. O desafio empolgou as autoridades. Algumas horas e litros de cafezinho depois a idéia nasceu. E contagiou o alcalde.

- Vai dar até no Jornal Nacional! - emocionou-se o prefeito, já sonhando com a imagem na abertura do telejornal.

A prova de que o curso d´água outrora fedorento estava limpo era linda e singela e comoveria o editor-chefe. Estavam todos convencidos disso.

- Vamos jogar umas garças para nadar lá e aí chamamos a tevê - gritou um secretário, como quem diz eureca!

Uma alma de bom senso na mesa sugeriu primeiro um teste. Foi difícil conter os empolgados, mas, enfim, a turma cedeu. Não sem antes exigir a execução de mais um detalhe.

- Depois a gente compra uns peixes para colocar no rio também - acrescentou o gênio.

A idéia morreu na nascente do rio: a garça virou almoço de vira-lata em dois dias.

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