O pecado mora ao lado. Mais precisamente ao sul do Brasil, cruzando a fronteira na altura do Rio Grande do Sul. No único país do mundo onde toda a população acredita que Maradona foi melhor que Pelé. O epicentro da tentação localiza-se em Buenos Aires. O homem mais bonito a que já fui apresentada na vida é argentino. O segundo mais lindo também, e o terceiro, idem. Nem a mulher mais apaixonada, aquela em lua-de-mel, fica indiferente à beleza dos hermanos. Impossível. Por mais que seu radar esteja desligado, vai ter uma hora em que terá que parar o guarda na rua para pedir informação, ou vai levantar a cabeça para agradecer o garçom do café. Aí, invariavelmente, vai se deparar com um modelo Armani. Os amigos, claro, sempre me lembram que o Tévez, aquele que jogou no Corinthians, com cicatriz enorme na cara e dentes horríveis, é de lá. Mas encontrar um sujeito assim nessa cidade é tão raro quanto achar nota de R$ 100 no chão de um ônibus. Para esses amigos eu dedico essa história definitiva sobre os apolos portenhos. Quem me contou foi uma gaúcha.
Duas gurias estavam de férias pela primeira vez em Buenos Aires. Foram fazer o circuito clássico de turista calouro. Passearam pela chique Recoleta e entraram no cemitério, que é ponto turístico com direito a visita guiada. O ápice do passeio é ver onde estão os restos da Evita Perón. Eis que no lugar mais improvável, entre mausoléus e anjos de mármore, fez-se luz. Debruçado, fazendo movimentos vigorosos com um paninho na mão direita, um deus greco-argentino limpava uma tumba. Esse era um Calvin Klein jeans. Moreno, sexy e lustrador de lápide.
Diante do coveiro-muso, elas se olharam e suplicaram:
- Me enterra! Me enterra!
P.S.: Durante alguns anos, há muito tempo, fui repórter policial. Era praticamente uma setorista de cemitério. Freqüentei muito o São João Batista, o Caju, o Jardim da Saudade. E jamais, em tempo algum, vi algo parecido com um Gianecchini jogar uma pá de cal em alguém.
domingo, 13 de janeiro de 2008
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