Um amigo aqui do Rio decidiu passar as férias no litoral catarinense. Já faz um bom tempo, na época os argentinos nem sabiam o que era corralito nem tinham inventado o panelaço. Um peso valia um dólar e eles invadiram a nossa praia com mais fome que nunca. A farra por conta do câmbio era tanta que o apelido deles nas areias lá do Sul era dame dos. Achavam tudo barato e pediam sempre em dobro: dois milhos, duas cervejas, duas caipirinhas...
A praia estava cheia de jovens argentinas calientes também. E uma delas se encantou pelo meu amigo alto e dourado pelo sol. Ele não sabe nem contar em espanhol, mas a coisa andou, ou melhor, correu.
No segundo ato, ela começou a dar instruções. 'Espanhol é fácil, foi tranqüilo, dava para entender tudo', garantiu o moreno. Mas ele não sabia que o 'argentinês' tem uma particularidade que faria a diferença no seu esquenta. Em espanhol, a gente gruda os pronomes que substituem os objetos direto e indireto quando o verbo está no imperativo. E depois se acentua a nova palavra ainda no pedaço que compõe o verbo. Por exemplo: cuéntamelo (contar + me + lo). Mas na Argentina - e no Uruguai é igualzinho -, é bem diferente. Nossos vizinhos subvertem a gramática e fazem da última sílaba, a tônica. Cuéntamelo em 'argentinês' soa contamelô.
Pois bem, além de desconhecer essa manha dos hermanos, ele ainda escutou um ´N´ inexistente na súplica ofegante da argentina, que entrou nos seus ouvidos como chupa melóóóón!!!!.
Meu amigo só descobriu há pouco que errou o alvo em uns dois palmos para cima. Mas garante que matou a fome da portenha.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
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Um comentário:
Gi, isso prova que para satisfazer uma mulher não é preciso nem mesmo saber sua língua, mas como usá-la satisfatóriamente...
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