Qualquer dia vão descobrir que 80% da piadas de português são baseadas em fatos reais. Sei de duas histórias que reforçam minhas suspeitas. Ouvi das próprias vítimas. Uma delas é um primo que foi pra terrinha há uns anos tentar fincar raízes. A outra é uma aeromoça que estudou inglês comigo.
Duro e com fome, meu primo entrou numa lanchonete no Porto.
- Por favor, um pastel.
- Queres de quê?
- Ah, sei lá.
- Sei lá não tem.
- Qualquer um tá bom.
- Ó pá, qualquer um também não tem.
- Então tá. Os pastéis são quê?
- De carne e de queijo.
- Me dá um de carne.
- Só tem de queijo.
Num hotel de Lisboa, a aeromoça aperta o botão do elevador. Um minuto depois, a porta se abre.
- Tá subindo ou tá descendo?
- Nem um nem outro. Não estás a ver que ele está parado?
P.S.: Meus pais, todos os meus avós e 4 dos meus cinco tios são lusitanos. A miséria do pós-guerra empurrou minha família pra cá. Atracaram no Rio em 1950 e 1951. Logo, os meus portugas já estão aculturados faz tempo. Lá em casa ninguém dá essas mancadas, não. Eu juro!
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
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Um comentário:
Gisele,
O que faz com que quase tudo que os patrícios digam pareça piada é o fato de o idioma, lá, ser completamente levado ao pé-da-letra (tem hífen isso? falta-me o dudu agora). Não há margem para qualquer interpretação!! O seu primo não perguntou que pastel tinha ali pra comer. Ele perguntou os sabores... Aqui, o sujeito de uma lanchonete já diria que só tinha de queijo. Mas lá, não.... Os caras não arredondam. É sensacional!
Essa aconteceu com uma tia minha, em Lisboa.
Ela estava louca atrás de um livro raro, e foi informada de que encontraria um exemplar num 'sebo' da capital portuguesa.
Mas era feriado lá e ela encontrou a loja com as portas fechadas. Alguém disse que o dono morava no andar de cima. Como ela embarcaria de volta ao Brasil no dia seguinte cedo, resolveu arriscar. Tocou a campainha e apareceu o Joaquim.
Ela: "Vocês já fecharam hoje?"
Joaquim: "Não"
Ela: "Então gostaria de saber se vocês têm o livro tal..."
Joaquim: "Só quando a loja abrir, amanhã"
Ela: "Mas eu perguntei se vocês já tinham fechado e o senhor disse que não!!"
Joaquim: "Ora, pois... Como poderíamos ter fechado? Sequer abrimos!!"
Maravilhoso!
Fernanda Portugal (pelo sobrenome, não podem nem me acusar de preconceito)
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